Desligaram o telefone e enquanto Flávia ia para o outro telefone,
Mariana e Carlota tinham uma conversa:
-Mari, você quer conversar comigo, desabafar?
-É, parece que você vai ser a única
a ouvir o meu lado e não ficar gritando aos meus ouvidos...
-Bem, pra começar eu queria saber o porquê de toda
essa discussão. O que aconteceu entre você e Flávia
para Ter todo esse falatório?
-Tudo começou quando arrumamos essa viagem.
–Mariana suspirou. –Sempre tivemos esse sonho de assistir a um show dos
BSB fora do Brasil. Bem, aí começaram alguns problemas de
dinheiro, e toda a discussão começou.
-Que tipo de problema relacionado a dinheiro? –perguntou
Carlota.
-Acho que eu posso ser sincera com você...bem,
o fã-clube não anda tão bem como era antigamente.
São muitos clubes se formando e está difícil manter
o que temos. Então eu disse à Flávia que nós
viríamos a esse show para nos divertir mas também tudo que
comprássemos poderíamos vender às associadas. No início
ela concordou com tudo que eu disse, mas quando descemos do avião,
tudo mudou. Ela mudou de opinião e agora fica me chamando de mesquinha,
me acusando de só ficar pensando em dinheiro...o que você
acha?
Carlota ficou pensativa. Ouvira toda a história
de Mariana e sinceramente não tinha uma opinião formada sobre
aquilo. Para não falar algo que pudesse magoar Mariana, ela foi
cautelosa:
-Mari, sinceramente acho que a única pessoa
que pode dizer se você está ou não ficando mesquinha
é você mesma. Eu vou te deixar sozinha e quero que você
fique pensando sobre esse assunto. Faça uma reflexão. Pense
em tudo o que você fez, se os seus atos foram feitos com o coração
e não com a razão. Depois que você chegar a uma conclusão,
comunique a todas nós, inclusive à Flávia. Nós
vamos adorar saber o que você resolveu da sua vida. Com licença.
Carlota saiu e deixou Mariana mergulhada num turbilhão
de pensamentos. Quem era aquela garota que havia saído daquele quarto?
Aquela não poderia ser a mesma Carlota que ela havia conhecido anos
antes. Estava muito diferente. Sabia que Marcela adorava chamá-la
de bebê, mas Carlota estava muito longe daquilo. Havia se transformado
numa mulher linda e madura. Uma mulher inteligente com atributos tanto
físicos quanto intelectuais para derrubar qualquer homem. Mas Mariana
sabia, tanto quanto Carlota, que ela queria derrubar apenas um: Nick Carter.
Mariana tinha quase certeza, e que a amiga Flávia a perdoasse, se
elas realmente conseguissem encontrar com os Boys, o Nick iria ficar enlouquecido
com ela. A história toda de experiência ficaria para trás
quando Nick olhasse nos olhos negros e profundos de Carlota.
Enquanto isso, Flávia havia chegado ao saguão
e estava falando, ou melhor, tentando falar, com Marcela:
-Flávia, aonde é que você está
com a cabeça?
-Calma, Marcela, é que eu não...
-Você não tinha nada que se intrometer
nas coisas da Mariana. O que você fez eu chamo de traição.
Nós tínhamos um trato. Não nos meteríamos mais
na vida dela. Eu estou cumprindo a minha parte, mas parece que você
não...
-Marcela, eu juro que essa foi a última vez
e que isso não vai mais se repetir...
-Eu espero que não, Fla. Você se magoa
à toa. Deixa essa mulher viver a vida dela e viva a sua. Nós
estamos prestes a realizar um sonho e você está aí
preocupada se a Mariana ainda gosta do Brian. Olha, se ela não gostar
mais dele, eu sei quem gosta. E é só nós ficarmos
íntimos que eu o apresento a essa pessoa...
Flávia deu uma gargalhada. Não queria
nem pensar na hipótese de Mariana saber que Marcela pretendia colocar
outra mulher com o Brian. Mesmo sabendo que talvez Mariana não gostasse
mais dele, seria engraçado ver a reação dela quando
visse Marcela e a tal garota com o Brian.
-Marcela, deixa a Mariana saber disso...ela seria capaz
de te matar...vem cá, eu sei quem é a garota?
-Eu acho que não, e ela não é
uma garota, é uma mulher linda...e quem sabe assim a Mari não
admite que ainda gosta do Cãozinho?
-Pode até ser, mas é melhor não
provocar...
-É, quem sabe. Mas desliga esse telefone e vai
dormir, porque você vai Ter uma madrugada bem agitada...
-Isso mesmo, como é que está aí
na fila?
-Uma loucura. As garotas são mais histéricas
do que eu pensava...
-Concordo, e no dia do show elas vão estar louquinhas
para chamar a atenção dos garotos...
-É, e vão ficar gritando o tempo todo...tenho
que fazer algo para impedir isso...
-Só se você tapar os ouvidos, mas aí
vai ser meio difícil porque você não vai ouvir o AJ
dizer que te ama...
-Ai, que lindo...seria tão bom se ele me dissesse
isso no show...
-Quem sabe ele não diz? É só nós
conhecermos os meninos antes do show, e você Ter uma tórrida
noite se sexo selvagem som o AJ, que eu tenho certeza que ele esquece todas
as vagabundas que já passaram pela vida dele, a Ama...
-Olha, olha... –Marcela a interrompeu. –você
não precisa dizer o nome delas não, tá? Eu sei todos
eles e não quero me lembrar, tá?
-Eu sei que você não gosta de ouvir falar
no nome delas, eu digo só pra te provocar, eu sei que você
vai ficar estressada mesmo...
-Vai nessa mesmo, que pra você não vai
Ter Howie, nem Nick, eu fico com os dois. E é claro, com o Bone
também...
-Haha. Não gostei da brincadeirinha sem graça...
-Viu como é bom provocar os outros?
-Tá bom, você me desculpa que eu te desculpo...
-Tá desculpada, agora vai dormir. A gente se
fala quando eu voltar para o hotel.
-Ok, e vê se não se estressa muito na
fila, tá?
-Nem que eu quisesse eu conseguiria. Com a Rita aqui
é impossível, ela está sempre dizendo o que eu devo
fazer, parece até minha mãe.
-Ela está certa, você é muito explosiva,
e é por isso que o Aj vai te amar.
-Espero que sim. Vai lá meu amor, a gente se
fala depois.
-Tchau, querida, se cuida.
Desligaram o telefone e Marcela se sentiu mais aliviada.
Achava sinceramente que depois daquela conversa, Flávia iria parar
de se preocupar com os problemas da Mariana. Voltou para aonde Rita estava,
sua amiga estava dormindo. Sentou-se ao lado dela e tirou o discman de
dentro da bolsa. Estava com muitos CDs na bolsa e não sabia qual
escolher. De repente se lembrou de uma música que adorava: “I could
fall in love”, da Selena. Adorava a melodia e a cantora tinha uma
voz potente e afinada que lembrava Madonna. Começou a música
e Marcela fechou os olhos. Adorava ouvir a música e pensar no que
podia acontecer ao som dela. Pensou se um dia o Aj poderia dizer aquelas
palavras para ela... “é melhor você ir, eu posso me apaixonar
por você... “. Ah, AJ, ela pensou, como te amo, se você soubesse
disso, se ao menos desconfiasse, eu já me sentiria feliz. O que
você vai pensar quando nos encontrarmos? Marcela não pensava
sequer na possibilidade de não conhecê-lo. Tinha a plena certeza
de que aquilo iria acontecer. Sonhava com aquilo dia e noite. Aquele sentimento
a estava consumindo. Não conseguia nem trabalhar direito. Quantas
vezes, com um caso importante a ser resolvido na dia seguinte, Marcela
se pegava à frente da televisão para ver alguma premiação
que eles estavam indicados. Queria ver se o Pandão iria estar com
outra, se ele iria dizer “Baby, I love you” para outra mulher. Tentava
voltar à realidade, mas era impossível, ele era a realidade,
não tinha como negar. Queria não pensar nele por algumas
horas mas era impossível. Ele já fazia parte da vida e nunca
ninguém iria tirar aquilo de dentro dela. Rita costumava dizer que
ele era como uma tatuagem nela. Só que uma tatuagem no coração.
Ele, tão adepto às tatuagens, havia feito mais uma, só
que nela. E o pior, nem ele mesmo sabia. Havia tantas coisas que queria
dizer a ele, tantos sonhos, não só os dela, todas a s suas
amigas haviam tido sonhos com ela e com ele...a música acabou, mas
Marcela ainda continuava presa a seus pensamentos, quando Rita finalmente
acordou e estava chamando por ela:
-Ei, você, Marcela, tava dormindo sentada ou
sonhando acordada?
-Será que só você pode Ter sonhos
com os meninos? Mas respondendo a sua pergunta, acho que as duas coisas.
A música que eu estava ouvindo me fez viajar...
-Deixa eu advinhar...você estava ouvindo aquela
música da Selena?
-Claro que sim, o que você acha? Sabe muito bem
que eu adoro essa música...
-É, eu sei, mas estava pensando em que com uma
música dessa de trilha sonora?
-Advinha?
-Com essa sua mente pornográfica, não
quero nem pensar...
-Não, dessa vez não teve nada demais...
só estava pensando no que vou dizer ao Panda quando o encontrar...
-Eu sei. Você vai realizar o meu sonho: vai chamá-lo
de Panda e ver o sorriso dele se iluminar...
Dessa vez, o sorriso que se iluminou foi o de Marcela.
-Ah, Rita, seria tão maravilhoso se isso acontecesse...
-Vai acontecer, pensamento positivo...
Rita conseguia colocar o astral de qualquer um lá
em cima. Estava feliz em tê-la como amiga. E por tê-la ali
ao seu lado, sabia que se precisasse podia contar com ela sempre. Ela era
uma das poucas pessoas que entendia como Marcela se sentia em relação
ao AJ. Rita compreendia porque também sentia o mesmo em relação
ao Kevin.
Adormeceram e as horas passaram como um furacão.
As pessoas naquela cidade eram muito mais respeitadoras. Elas não
precisavam se preocupar porque ninguém iria lhes roubar o lugar
na fila.
Acordaram com os tapinhas de Carlota. Ela e Mariana
haviam chegado e era o lugar delas na fila. Partiram para o hotel, mas
antes de subir, pediram para alguém da recepção ligar
para o quarto delas às 4 da manhã em ponto.
Subiram para o quarto e encontraram Flávia ainda
dormindo. Fizeram tudo no maior silêncio para não acordá-la.
Marcela dormiu no sofá-cama enquanto Rita ficou na outra cama de
casal. Assim que colocaram a cabeça no travesseiro, adormeceram.
Estavam realmente cansadas. Só acordaram porque o telefone tocou
desesperadamente. Era a hora de Flávia na escala, e era considerada
a pior porque ela teria que ficar acordada até às 8 depois
de ser tirada de um sono maravilhoso.
-Flavinha... –disse Marcela. –tá na hora de
acordar, vamos, levanta...
-Não, Nick, me deixa dormir mais um pouco...
–murmurou ela à contragosto.
Marcela não pôde deixar de rir.
-Ô maluca, levanta logo, o Nick não está
aqui não, e deixa a Carlota ouvir você falando assim...
Flávia deu um pulo da cama:
-Marcela? –ela parecia surpresa. –O que você
está fazendo aqui?
-Hello.....você não está bem, Flávia.
Eu vivo aqui com vocês...
-Ai, Marcela, me desculpa, eu estava tendo um sonho
com o Nick e por um momento eu pensei que você havia invadido a nossa
casa...
-Você está mal mesmo, me confundindo com
o Nick...não sou loira, nem tenho aquelas tatuagens, a única
semelhança que temos é o traseiro: enorme...sem falsa modéstia...
-Marcela, só você mesmo para me deixar
de bom humor a essa hora da manhã. Deixa eu levantar que eu já
estou atrasada para o meu compromisso...
-E Flávia, vê se não vai sair com
essa blusa laranja ou todos vão pensar que você andou dormindo
com Nick Carter...
-Ainda não, minha querida, eu disse ainda não.
-Eu espero que a Carlota não te ouça
falando isso...
Flávia saiu para o estádio e Marcela
voltou a dormir. Teve um sonho lindo com o AJ. Estavam numa ilha exótica
e ela surgiu num vestido vermelho (sempre ele!!) e aproximou-se dele, que
estava à beira de uma fogueira na praia. Ela sentou-se ao lado dele
e começaram a conversar:
-O que você faz aqui? –ele perguntou.
-Vim atrás do meu destino. –ela respondeu.
-Destino? –ele parecia surpreso. –Que destino?
-Você, AJ. Você é o meu destino.
-Não diga isso, você não me conhece
direito. Eu não sou isso que você vê nas revistas ou
na TV. –ele disse, tirando as mãos dela de cima das dele.
-AJ, por que você está me dizendo isso
tudo? Você é muito, mas muito diferente das revistas ou da
TV, pra mim você é muito diferente do que você é
pra suas outras fãs, e é por isso que eu te amo tanto...me
dá uma chance... –ela tentava convencê-lo mas parecia inútil.
-É melhor não, você vai acabar
se machucando...eu sempre machuco as pessoas que gostam de mim...
-Por que você não quer tentar? Eu não
tenho nada a perder, eu passei anos da minha vida sofrendo quando você
arranjava uma namorada e dando pulos de alegria quando você terminava
com elas. Agora eu tenho uma oportunidade e você não quer
que eu tente?
-Eu não sei, você é tão
maravilhosa, tão linda, se eu te magoar, não vou me perdoar
nunca...
-Dê uma chance a gente, acho que podemos ser
felizes. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida nesses
últimos anos, eu sei que não deveria dizer isso tudo a você,
para não entregar o ouro ao bandido, para não mostrar que
estou realmente apaixonada, mas que não consigo, você, essa
praia, seus olhos, essa lua, é tudo mais forte que eu, não
consigo resistir...
-Marcela, pára com isso, não diga essas
coisas todas, por favor...
-Por que não? Qual o problema?
-É perigoso, eu posso...eu posso...”
-Pode o que, AJ? –ela parecia intrigada.
-Eu posso... –ele suspirou. –tudo bem, eu posso me
apaixonar, então não diga isso.
Ela sorriu:
-Eu adoraria te ver apaixonado.
-Não provoque...
Ela aproximou-se mais dele, colocou a mão em
seu queixo e levantou-o . Fitou os olhos dele, mas antes tirou os óculos
escuros. Ficava bem melhor daquele jeito. “I want it that way”, pensou
ela, enquanto deslizava os dedos pelo rosto dele.
-Eu te amo, pra sempre vou te amar, não importa
com quantos anos você vai estar, se houver outra mulher no seu caminho,
saiba que eu sempre te amarei. Eu abri meu coração pra você.
Se você não quer dar uma chance ao meu amor, tudo bem, eu
entendo.
Marcela beijou-o no rosto e levantou-se. Começou
a caminhar de volta para os chalés, quando ele veio atrás
dela e puxou sua mão. Ele não pretendia puxá-la com
tanta força e nem o fez, mas ela estava tão inerte depois
do que chamaria de ‘toco-mor’ que praticamente caiu em cima dele. Estava
agora bem perto dos lábios que ela tanto venerara...Ele olhou bem
dentro dos olhos dela, ato que quase a fez desmaiar. Aj não sabia
se olhava para os belos olhos castanhos ou para os lábios que o
fizeram arrepiar-se todo enquanto ela falava à beira da fogueira.
-Marcela, eu não sei como, mas eu acho que nós,
bem...nós... – ele não conseguia encontrar as palavras certas.
Ela sorriu e o beijou. Há tanto tempo queria
fazer aquilo. De repente um turbilhão passou pela cabeça
dela: pensou nos amigos que sempre disseram que ela nunca chegaria até
ali, que nunca conheceria ele. Junto a isso, lembrou das vezes que sonhara
com o beijo dele. Era tudo tão impressionante que ela tinha a sensação
de Ter beijado aquela boca tantas outras vezes...era algo mágico.
-Acho que podemos tentar...quero te fazer muito feliz...
–ele disse, abraçando-a .
-Você já está me fazendo feliz...só
a sua existência já torna a minha vida melhor.
-Vem comigo, vem...”, ele a estava puxando.
-Ir pra onde?, perguntou Marcela, curiosa.
Nisso quem estava puxando Marcela era Rita. E o pior
de tudo pra fora da cama. Já era hora de irem para o estádio.
Teriam de fazer companhia a Flávia, que provavelmente estaria morta
de cansaço. Marcela só conseguia pronunciar a seguinte palavra:
AJ, AJ, AJ e AJ. Rita ria cada vez mais da cara dela. Marcela olhou-a fixamente
e balbuciou:
-Eu só não te mato porque já fiz
isso uma vez, então estamos empatadas, que droga...hoje o dia vai
ser péssimo, eu tenho certeza.
Rita não tinha a intenção de interromper
um sonho de Marcela, ainda mais um com o AJ, mas quando lembrou-se da vez
que ela a acordou, se sentiu um pouco feliz:
-Desculpe mais uma vez, mas já é hora
de irmos para o estádio, já acordei minha irmã e Mariana,
deixei você por último.
-Devia Ter me acordado primeiro, assim não ficaria
nessa curiosidade que estou agora...
-Você, curiosa? É algo relacionado ao
seu sonho?
-Claro que sim. O AJ estava me levando para algum lugar
e eu estou morrendo de curiosidade pra saber que droga de lugar era esse...
-Ai, amiga, desculpa, até eu fiquei curiosa
agora....
-Se você está assim, imagina eu que sou
a personagem principal desse sonho com o Bone...
-Mais uma vez desculpa.
Saíram as quatro do hotel vestidas praticamente
iguais: calça jeans, tênis preto e camisas, que só
variavam nas cores: Marcela de amarelo, Carlota de verde, Mariana de azul
bebê e Rita de azul escuro. Tomaram café e partiram para o
estádio. Daquela vez foram de ônibus e não pareciam
tão preocupadas em achar o lugar correto. Foram apreciando a paisagem
de Orlando, que em nada se parecia com o Rio. A estrada até o estádio
era muito bem asfaltada, assim como todas as ruas em Orlando. Mesmo com
todos os contrastes, parecia que Rio e Orlando se completavam. “Assim como
eu e o AJ...”, pensou Marcela, jogada em um dos bancos enquanto observava
as garotas dormindo. Chegaram ao estádio e a cena que virem provocou
um misto de alegria e medo: a fila que se estendia pelo estacionamento
do estádio estava reduzida a um grupo de no máximo 30 garotas.
Algo catastrófico havia acontecido. Marcela não podia pensar
não conseguia parar na possibilidade de Ter acontecido alguma coisa.
Não queria comentar com as outras, seria capaz de morrer se descobrisse
que algo de ruim havia acontecido com o Panda ou qualquer outro dos garotos.
Seus olhos se encheram de lágrimas.
-Marcela, o que aconteceu? –perguntou Rita, preocupada
com o estado da amiga.
-Nada não, pensamentos imbecis que não
deveriam passar nunca pela minha cabeça. Não precisa se preocupar,
não...
Finalmente Mariana avistou Flávia, que estava
sentada junto a um grupo de garotas.
-Flávia!!! O que está acontecendo? Cadê
todo mundo?
-Que bom que vocês chegaram, eu já estava
ficando preocupada. Nós combinamos às 8 horas. Já
viram o horário?
-Desculpa, Fla. Eu é que demorei a acordar...
–Marcela justificou.
-Tudo bem. Boas e más notícias. Primeiro
as boas. Os meninos anteciparam a chegada e nesse momento estão
desembarcando. As garotas que estavam aqui foram todas atrás deles,
é claro. A ruim é que teremos que fazer logo as reservas
no hotel deles ou nunca chegaremos perto deles.
-Mas por que eles anteciparam a chegada? –perguntou
Marcela. As fofocas relacionadas as mundinho Backstreet sempre a fascinaram.
-Corre o boato que é porque eles vão
gravar o novo vídeo nesse intervalo de tempo. Mas vá saber
se isso é verdade.
Esperaram mais umas duas horas até que a bilheteria
abriu e cada uma delas comprou seu ingresso. Marcela chorou, acompanhada
de todas as outras. Finalmente o sonho iria se tornar realidade. Iriam
assistir a um show dos BSB na primeira fila.
Voltaram para o hotel e fizeram as reservas para o
hotel dos garotos. Marcela fez as reservas porque Mariana estava muito
nervosa e disse que não conseguiria. Após conversar com a
recepção do hotel, Marcela desligou e falou para as outras
garotas:
-Tudo resolvido. Nossas reservas são para daqui
a três dias. Estamos no andar 14.
Carlota achou estranho o modo de Marcela falar
“14”:
-Marcela, o que tem o andar 14?
Ela nem se deu conta que Flávia e Mariana estavam pulando
na cama.
-Deixa de ser lerda, Carlota. Estamos no 14o andar....um
andar abaixo dos meninos. Eles sempre ficam no 15º.....um andar!!!!!
Carlota finalmente se deu conta do que aquilo significava
e agiu do mesmo modo que Mari e Fla: atirou-se na cama e pulou nela até
quase quebrá-la. Marcela e Rita assistiam à cena escandalizadas.
Quando imaginariam que Mariana e Flávia, tão sérias
iriam se comparar aos baderneiros roqueiros? Só faltava agora jogar
cadeiras em cima de repórteres.