Capítulo 3


Desligaram o telefone e enquanto Flávia ia para o outro telefone, Mariana e Carlota tinham uma conversa:
   -Mari, você quer conversar comigo, desabafar?
   -É, parece que você vai ser a única a ouvir o meu lado e não ficar gritando aos meus ouvidos...
-Bem, pra começar eu queria saber o porquê de toda essa discussão. O que aconteceu entre você e Flávia para Ter todo esse falatório?
   -Tudo começou quando arrumamos essa viagem. –Mariana suspirou. –Sempre tivemos esse sonho de assistir a um show dos BSB fora do Brasil. Bem, aí começaram alguns problemas de dinheiro, e toda a discussão começou.
   -Que tipo de problema relacionado a dinheiro? –perguntou Carlota.
   -Acho que eu posso ser sincera com você...bem, o fã-clube não anda tão bem como era antigamente. São muitos clubes se formando e está difícil manter o que temos. Então eu disse à Flávia que nós viríamos a esse show para nos divertir mas também tudo que comprássemos poderíamos vender às associadas. No início ela concordou com tudo que eu disse, mas quando descemos do avião, tudo mudou. Ela mudou de opinião e agora fica me chamando de mesquinha, me acusando de só ficar pensando em dinheiro...o que você acha?
   Carlota ficou pensativa. Ouvira toda a história de Mariana e sinceramente não tinha uma opinião formada sobre aquilo. Para não falar algo que pudesse magoar Mariana, ela foi cautelosa:
   -Mari, sinceramente acho que a única pessoa que pode dizer se você está ou não ficando mesquinha é você mesma. Eu vou te deixar sozinha e quero que você fique pensando sobre esse assunto. Faça uma reflexão. Pense em tudo o que você fez, se os seus atos foram feitos com o coração e não com a razão. Depois que você chegar a uma conclusão, comunique a todas nós, inclusive à Flávia. Nós vamos adorar saber o que você resolveu da sua vida. Com licença.
   Carlota saiu e deixou Mariana mergulhada num turbilhão de pensamentos. Quem era aquela garota que havia saído daquele quarto? Aquela não poderia ser a mesma Carlota que ela havia conhecido anos antes. Estava muito diferente. Sabia que Marcela adorava chamá-la de bebê, mas Carlota estava muito longe daquilo. Havia se transformado numa mulher linda e madura. Uma mulher inteligente com atributos tanto físicos quanto intelectuais para derrubar qualquer homem. Mas Mariana sabia, tanto quanto Carlota, que ela queria derrubar apenas um: Nick Carter. Mariana tinha quase certeza, e que a amiga Flávia a perdoasse, se elas realmente conseguissem encontrar com os Boys, o Nick iria ficar enlouquecido com ela. A história toda de experiência ficaria para trás quando Nick olhasse nos olhos negros e profundos de Carlota.
   Enquanto isso, Flávia havia chegado ao saguão e estava falando, ou melhor, tentando falar, com Marcela:
   -Flávia, aonde é que você está com a cabeça?
   -Calma, Marcela, é que eu não...
   -Você não tinha nada que se intrometer nas coisas da Mariana. O que você fez eu chamo de traição. Nós tínhamos um trato. Não nos meteríamos mais na vida dela. Eu estou cumprindo a minha parte, mas parece que você não...
   -Marcela, eu juro que essa foi a última vez e que isso não vai mais se repetir...
   -Eu espero que não, Fla. Você se magoa à toa. Deixa essa mulher viver a vida dela e viva a sua. Nós estamos prestes a realizar um sonho e você está aí preocupada se a Mariana ainda gosta do Brian. Olha, se ela não gostar mais dele, eu sei quem gosta. E é só nós ficarmos íntimos que eu o apresento a essa pessoa...
   Flávia deu uma gargalhada. Não queria nem pensar na hipótese de Mariana saber que Marcela pretendia colocar outra mulher com o Brian. Mesmo sabendo que talvez Mariana não gostasse mais dele, seria engraçado ver a reação dela quando visse Marcela e a tal garota com o Brian.
   -Marcela, deixa a Mariana saber disso...ela seria capaz de te matar...vem cá, eu sei quem é a garota?
   -Eu acho que não, e ela não é uma garota, é uma mulher linda...e quem sabe assim a Mari não admite que ainda gosta do Cãozinho?
   -Pode até ser, mas é melhor não provocar...
   -É, quem sabe. Mas desliga esse telefone e vai dormir, porque você vai Ter uma madrugada bem agitada...
   -Isso mesmo, como é que está aí na fila?
   -Uma loucura. As garotas são mais histéricas do que eu pensava...
   -Concordo, e no dia do show elas vão estar louquinhas para chamar a atenção dos garotos...
   -É, e vão ficar gritando o tempo todo...tenho que fazer algo para impedir isso...
   -Só se você tapar os ouvidos, mas aí vai ser meio difícil porque você não vai ouvir o AJ dizer que te ama...
   -Ai, que lindo...seria tão bom se ele me dissesse isso no show...
   -Quem sabe ele não diz? É só nós conhecermos os meninos antes do show, e você Ter uma tórrida noite se sexo selvagem som o AJ, que eu tenho certeza que ele esquece todas as vagabundas que já passaram pela vida dele, a Ama...
   -Olha, olha... –Marcela a interrompeu. –você não precisa dizer o nome delas não, tá? Eu sei todos eles e não quero me lembrar, tá?
   -Eu sei que você não gosta de ouvir falar no nome delas, eu digo só pra te provocar, eu sei que você vai ficar estressada mesmo...
   -Vai nessa mesmo, que pra você não vai Ter Howie, nem Nick, eu fico com os dois. E é claro, com o Bone também...
   -Haha. Não gostei da brincadeirinha sem graça...
   -Viu como é bom provocar os outros?
   -Tá bom, você me desculpa que eu te desculpo...
   -Tá desculpada, agora vai dormir. A gente se fala quando eu voltar para o hotel.
   -Ok, e vê se não se estressa muito na fila, tá?
   -Nem que eu quisesse eu conseguiria. Com a Rita aqui é impossível, ela está sempre dizendo o que eu devo fazer, parece até minha mãe.
   -Ela está certa, você é muito explosiva, e é por isso que o Aj vai te amar.
   -Espero que sim. Vai lá meu amor, a gente se fala depois.
   -Tchau, querida, se cuida.
   Desligaram o telefone e Marcela se sentiu mais aliviada. Achava sinceramente que depois daquela conversa, Flávia iria parar de se preocupar com os problemas da Mariana. Voltou para aonde Rita estava, sua amiga estava dormindo. Sentou-se ao lado dela e tirou o discman de dentro da bolsa. Estava com muitos CDs na bolsa e não sabia qual escolher. De repente se lembrou de uma música que adorava: “I could fall in love”, da Selena. Adorava  a melodia e a cantora tinha uma voz potente e afinada que lembrava Madonna. Começou a música e Marcela fechou os olhos. Adorava ouvir a música e pensar no que podia acontecer ao som dela. Pensou se um dia o Aj poderia dizer aquelas palavras para ela... “é melhor você ir, eu posso me apaixonar por você... “. Ah, AJ, ela pensou, como te amo, se você soubesse disso, se ao menos desconfiasse, eu já me sentiria feliz. O que você vai pensar quando nos encontrarmos? Marcela não pensava sequer na possibilidade de não conhecê-lo. Tinha a plena certeza de que aquilo iria acontecer. Sonhava com aquilo dia e noite. Aquele sentimento a estava consumindo. Não conseguia nem trabalhar direito. Quantas vezes, com um caso importante a ser resolvido na dia seguinte, Marcela se pegava à frente da televisão para ver alguma premiação que eles estavam indicados. Queria ver se o Pandão iria estar com outra, se ele iria dizer “Baby, I love you” para outra mulher. Tentava voltar à realidade, mas era impossível, ele era a realidade, não tinha como negar. Queria não pensar nele por algumas horas mas era impossível. Ele já fazia parte da vida e nunca ninguém iria tirar aquilo de dentro dela. Rita costumava dizer que ele era como uma tatuagem nela. Só que uma tatuagem no coração. Ele, tão adepto às tatuagens, havia feito mais uma, só que nela. E o pior, nem ele mesmo sabia. Havia tantas coisas que queria dizer a ele, tantos sonhos, não só os dela, todas a s suas amigas haviam tido sonhos com ela e com ele...a música acabou, mas Marcela ainda continuava presa a seus pensamentos, quando Rita finalmente acordou e estava chamando por ela:
   -Ei, você, Marcela, tava dormindo sentada ou sonhando acordada?
   -Será que só você pode Ter sonhos com os meninos? Mas respondendo a sua pergunta, acho que as duas coisas. A música que eu estava ouvindo me fez viajar...
   -Deixa eu advinhar...você estava ouvindo aquela música da Selena?
   -Claro que sim, o que você acha? Sabe muito bem que eu adoro essa música...
   -É, eu sei, mas estava pensando em que com uma música dessa de trilha sonora?
   -Advinha?
   -Com essa sua mente pornográfica, não quero nem pensar...
   -Não, dessa vez não teve nada demais... só estava pensando no que vou dizer ao Panda quando o encontrar...
   -Eu sei. Você vai realizar o meu sonho: vai chamá-lo de Panda e ver o sorriso dele se iluminar...
   Dessa vez, o sorriso que se iluminou foi o de Marcela.
   -Ah, Rita, seria tão maravilhoso se isso acontecesse...
   -Vai acontecer, pensamento positivo...
   Rita conseguia colocar o astral de qualquer um lá em cima. Estava feliz em tê-la como amiga. E por tê-la ali ao seu lado, sabia que se precisasse podia contar com ela sempre. Ela era uma das poucas pessoas que entendia como Marcela se sentia em relação ao AJ. Rita compreendia porque também sentia o mesmo em relação ao Kevin.
   Adormeceram e as horas passaram como um furacão. As pessoas naquela cidade eram muito mais respeitadoras. Elas não precisavam se preocupar porque ninguém iria lhes roubar o lugar na fila.
   Acordaram com os tapinhas de Carlota. Ela e Mariana haviam chegado e era o lugar delas na fila. Partiram para o hotel, mas antes de subir, pediram para alguém da recepção ligar para o quarto delas às 4 da manhã em ponto.
   Subiram para o quarto e encontraram Flávia ainda dormindo. Fizeram tudo no maior silêncio para não acordá-la. Marcela dormiu no sofá-cama enquanto Rita ficou na outra cama de casal. Assim que colocaram a cabeça no travesseiro, adormeceram. Estavam realmente cansadas. Só acordaram porque o telefone tocou desesperadamente. Era a hora de Flávia na escala, e era considerada a pior porque ela teria que ficar acordada até às 8 depois de ser tirada de um sono maravilhoso.
   -Flavinha... –disse Marcela. –tá na hora de acordar, vamos, levanta...
   -Não, Nick, me deixa dormir mais um pouco... –murmurou ela à contragosto.
   Marcela não pôde deixar de rir.
   -Ô maluca, levanta logo, o Nick não está aqui não, e deixa a Carlota ouvir você falando assim...
   Flávia deu um pulo da cama:
   -Marcela? –ela parecia surpresa. –O que você está fazendo aqui?
   -Hello.....você não está bem, Flávia. Eu vivo aqui com vocês...
   -Ai, Marcela, me desculpa, eu estava tendo um sonho com o Nick e por um momento eu pensei que você havia invadido a nossa casa...
   -Você está mal mesmo, me confundindo com o Nick...não sou loira, nem tenho aquelas tatuagens, a única semelhança que temos é o traseiro: enorme...sem falsa modéstia...
   -Marcela, só você mesmo para me deixar de bom humor a essa hora da manhã. Deixa eu levantar que eu já estou atrasada para o meu compromisso...
   -E Flávia, vê se não vai sair com essa blusa laranja ou todos vão pensar que você andou dormindo com Nick Carter...
   -Ainda não, minha querida, eu disse ainda não.
   -Eu espero que a Carlota não te ouça falando isso...
   Flávia saiu para o estádio e Marcela voltou a dormir. Teve um sonho lindo com o AJ. Estavam numa ilha exótica e ela surgiu num vestido vermelho (sempre ele!!) e aproximou-se dele, que estava à beira de uma fogueira na praia. Ela sentou-se ao lado dele e começaram a conversar:
   -O que você faz aqui? –ele perguntou.
   -Vim atrás do meu destino. –ela respondeu.
   -Destino? –ele parecia surpreso. –Que destino?
   -Você, AJ. Você é o meu destino.
   -Não diga isso, você não me conhece direito. Eu não sou isso que você vê nas revistas ou na TV. –ele disse, tirando as mãos dela de cima das dele.
   -AJ, por que você está me dizendo isso tudo? Você é muito, mas muito diferente das revistas ou da TV, pra mim você é muito diferente do que você é pra suas outras fãs, e é por isso que eu te amo tanto...me dá uma chance... –ela tentava convencê-lo mas parecia inútil.
   -É melhor não, você vai acabar se machucando...eu sempre machuco as pessoas que gostam de mim...
   -Por que você não quer tentar? Eu não tenho nada a perder, eu passei anos da minha vida sofrendo quando você arranjava uma namorada e dando pulos de alegria quando você terminava com elas. Agora eu tenho uma oportunidade e você não quer que eu tente?
   -Eu não sei, você é tão maravilhosa, tão linda, se eu te magoar, não vou me perdoar nunca...
   -Dê uma chance a gente, acho que podemos ser felizes. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida nesses últimos anos, eu sei que não deveria dizer isso tudo a você, para não entregar o ouro ao bandido, para não mostrar que estou realmente apaixonada, mas que não consigo, você, essa praia, seus olhos, essa lua, é tudo mais forte que eu, não consigo resistir...
   -Marcela, pára com isso, não diga essas coisas todas, por favor...
   -Por que não? Qual o problema?
   -É perigoso, eu posso...eu posso...”
   -Pode o que, AJ? –ela parecia intrigada.
   -Eu posso... –ele suspirou. –tudo bem, eu posso me apaixonar, então não diga isso.
   Ela sorriu:
   -Eu adoraria te ver apaixonado.
   -Não provoque...
   Ela aproximou-se mais dele, colocou a mão em seu queixo e levantou-o . Fitou os olhos dele, mas antes tirou os óculos escuros. Ficava bem melhor daquele jeito. “I want it that way”, pensou ela, enquanto deslizava os dedos pelo rosto dele.
   -Eu te amo, pra sempre vou te amar, não importa com quantos anos você vai estar, se houver outra mulher no seu caminho, saiba que eu sempre te amarei. Eu abri meu coração pra você. Se você não quer dar uma chance ao meu amor, tudo bem, eu entendo.
   Marcela beijou-o no rosto e levantou-se. Começou a caminhar de volta para os chalés, quando ele veio atrás dela e puxou sua mão. Ele não pretendia puxá-la com tanta força e nem o fez, mas ela estava tão inerte depois do que chamaria de ‘toco-mor’ que praticamente caiu em cima dele. Estava agora bem perto dos lábios que ela tanto venerara...Ele olhou bem dentro dos olhos dela, ato que quase a fez desmaiar. Aj não sabia se olhava para os belos olhos castanhos ou para os lábios que o fizeram arrepiar-se todo enquanto ela falava à beira da fogueira.
   -Marcela, eu não sei como, mas eu acho que nós, bem...nós... – ele não conseguia encontrar as palavras certas.
   Ela sorriu e o beijou. Há tanto tempo queria fazer aquilo. De repente um turbilhão passou pela cabeça dela: pensou nos amigos que sempre disseram que ela nunca chegaria até ali, que nunca conheceria ele. Junto a isso, lembrou das vezes que sonhara com o beijo dele. Era tudo tão impressionante que ela tinha a sensação de Ter beijado aquela boca tantas outras vezes...era algo mágico.
   -Acho que podemos tentar...quero te fazer muito feliz... –ele disse, abraçando-a .
   -Você já está me fazendo feliz...só a sua existência já torna a minha vida melhor.
   -Vem comigo, vem...”, ele a estava puxando.
   -Ir pra onde?, perguntou Marcela, curiosa.
   Nisso quem estava puxando Marcela era Rita. E o pior de tudo pra fora da cama. Já era hora de irem para o estádio. Teriam de fazer companhia a Flávia, que provavelmente estaria morta de cansaço. Marcela só conseguia pronunciar a seguinte palavra: AJ, AJ, AJ e AJ. Rita ria cada vez mais da cara dela. Marcela olhou-a fixamente e balbuciou:
   -Eu só não te mato porque já fiz isso uma vez, então estamos empatadas, que droga...hoje o dia vai ser péssimo, eu tenho certeza.
   Rita não tinha a intenção de interromper um sonho de Marcela, ainda mais um com o AJ, mas quando lembrou-se da vez que ela a acordou, se sentiu um pouco feliz:
   -Desculpe mais uma vez, mas já é hora de irmos para o estádio, já acordei minha irmã e Mariana, deixei você por último.
   -Devia Ter me acordado primeiro, assim não ficaria nessa curiosidade que estou agora...
   -Você, curiosa? É algo relacionado ao seu sonho?
   -Claro que sim. O AJ estava me levando para algum lugar e eu estou morrendo de curiosidade pra saber que droga de lugar era esse...
   -Ai, amiga, desculpa, até eu fiquei curiosa agora....
   -Se você está assim, imagina eu que sou a personagem principal desse sonho com o Bone...
   -Mais uma vez desculpa.
   Saíram as quatro do hotel vestidas praticamente iguais: calça jeans, tênis preto e camisas, que só variavam nas cores: Marcela de amarelo, Carlota de verde, Mariana de azul bebê e Rita de azul escuro. Tomaram café e partiram para o estádio. Daquela vez foram de ônibus e não pareciam tão preocupadas em achar o lugar correto. Foram apreciando a paisagem de Orlando, que em nada se parecia com o Rio. A estrada até o estádio era muito bem asfaltada, assim como todas as ruas em Orlando. Mesmo com todos os contrastes, parecia que Rio e Orlando se completavam. “Assim como eu e o AJ...”, pensou Marcela, jogada em um dos bancos enquanto observava as garotas dormindo. Chegaram ao estádio e a cena que virem provocou um misto de alegria e medo: a fila que se estendia pelo estacionamento do estádio estava reduzida a um grupo de no máximo 30 garotas. Algo catastrófico havia acontecido. Marcela não podia pensar não conseguia parar na possibilidade de Ter acontecido alguma coisa. Não queria comentar com as outras, seria capaz de morrer se descobrisse que algo de ruim havia acontecido com o Panda ou qualquer outro dos garotos. Seus olhos se encheram de lágrimas.
   -Marcela, o que aconteceu? –perguntou Rita, preocupada com o estado da amiga.
   -Nada não, pensamentos imbecis que não deveriam passar nunca pela minha cabeça. Não precisa se preocupar, não...
   Finalmente Mariana avistou Flávia, que estava sentada junto a um grupo de garotas.
   -Flávia!!! O que está acontecendo? Cadê todo mundo?
   -Que bom que vocês chegaram, eu já estava ficando preocupada. Nós combinamos às 8 horas. Já viram o horário?
   -Desculpa, Fla. Eu é que demorei a acordar... –Marcela justificou.
   -Tudo bem. Boas e más notícias. Primeiro as boas. Os meninos anteciparam a chegada e nesse momento estão desembarcando. As garotas que estavam aqui foram todas atrás deles, é claro. A ruim é que teremos que fazer logo as reservas no hotel deles ou nunca chegaremos perto deles.
   -Mas por que eles anteciparam a chegada? –perguntou Marcela. As fofocas relacionadas as mundinho Backstreet sempre a fascinaram.
   -Corre o boato que é porque eles vão gravar o novo vídeo nesse intervalo de tempo. Mas vá saber se isso é verdade.
   Esperaram mais umas duas horas até que a bilheteria abriu e cada uma delas comprou seu ingresso. Marcela chorou, acompanhada de todas as outras. Finalmente o sonho iria se tornar realidade. Iriam assistir a um show dos BSB na primeira fila.
   Voltaram para o hotel e fizeram as reservas para o hotel dos garotos. Marcela fez as reservas porque Mariana estava muito nervosa e disse que não conseguiria. Após conversar com a recepção do hotel, Marcela desligou e falou para as outras garotas:
   -Tudo resolvido. Nossas reservas são para daqui a três dias. Estamos no andar 14.
   Carlota achou estranho o modo de Marcela falar  “14”:
   -Marcela, o que tem o andar 14?
Ela nem se deu conta que Flávia e Mariana estavam pulando na cama.
   -Deixa de ser lerda, Carlota. Estamos no 14o andar....um andar abaixo dos meninos. Eles sempre ficam no 15º.....um andar!!!!!
   Carlota finalmente se deu conta do que aquilo significava e agiu do mesmo modo que Mari e Fla: atirou-se na cama e pulou nela até quase quebrá-la. Marcela e Rita assistiam à cena escandalizadas. Quando imaginariam que Mariana e Flávia, tão sérias iriam se comparar aos baderneiros roqueiros? Só faltava agora jogar cadeiras em cima de repórteres.
 

Back | Next